terça-feira, 8 de setembro de 2009

Novas tecnologias e o professor de educação artistíca

NOVAS TECNOLOGIAS E O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO
ARTÍSTICA – REALIDADE BRASILEIRA




As Novas Tecnologias (NT) já fazem parte da vida de muitos jovens brasileiros, porém, as maiorias dos Professores de Arte, não as incorporaram em seu dia a dia e muitos ainda não sabem como usa-las. É necessário e urgente prepara-los para a utilização das Novas Tecnologias no uso do aprendizado de Artes. Por necessidade própria, por evolução social , por já fazerem parte da vida dos seus alunos, para otimizar resultados com relação ao ensino de Artes e mesmo por representarem a possibilidade de uma nova linguagem de expressão artística [Krause, 1997; Kristo e Satran, 1995]. Mesmo que o profissional, enquanto produtor artístico, não se expresse usando as NT, como orientador deve conhecê-las, para além de entender o universo em que seus alunos trabalham e pensam, ampliar seu conceito de sala de aula, de espaço e tempo e de comunicação visual [Moran, Masetto e Behrens, 2000].
2. POR QUE USAR NOVAS TECNOLOGIAS
A prática pedagógica em Arte pressupõe uma relação entre teoria e prática [Biasoli, 1999]. Pensando no desenvolvimento tecnológico das últimas décadas, as NT trazem uma infinidade de recursos aos professores de Arte. Pensar as NT e o Ciberespaço a serviço da educação é a proposta para conscientização da relevância do tema.
No Brasil, falar em novas tecnologias de informação e comunicação, sobretudo aplicada à educação, pode parecer uma utopia para a maioria da população que sobrevive com dificuldades, tornando o computador um objeto fora da sua realidade. Relatórios de pesquisas mostram a realidade da situação das novas tecnologias na América Latina [CEPAL, 2000]. Porém, as NT já fazem parte da vida de muitos alunos . A proposição de uma alteração nos currículos dos cursos de Educação Artística, incluindo matérias como Multimídia e Internet se mostra necessária. Importante também é pensar no conteúdo proposto dessas matérias. Não podemos esquecer que, além de explicar o funcionamento e a utilidade prática de softwares comumente usados na vida do futuro professor, são necessárias novas práticas que reconheçam como diz Moraes [2002], o aprendiz em sua multidimensionalidade e que favoreçam as aprendizagens individuais e coletivas com novas formas de acesso à informação, novas maneiras de pensar e processar a construção de conhecimentos.
Pensando no ensino de Arte com uso do computador e sendo uma das funções da arte [Challub, 1994] na sociedade contemporânea a de propor novos pensamentos, ampliar as leituras e descondicionar, e, concordando com Argan [1957 in: Morais, 1999], que diz que o valor da arte para a sociedade está na necessidade de satisfação, faz-se necessário, antes de pensar em equipar escolas, o que me parece à preocupação da maioria, equipar "cabeças", no sentido de entendimento dessa nova proposta de dialogo e de ação.
A essência do pós-modernismo é a digitalização do social [Santos, 1987], baseada nas características binária da linguagem computacional, ou seja, o dia-a-dia pós-moderno é repleto das referências binárias 0/1 dos computadores. Acorda-se ao som de rádio-relógios e microondas são peças indispensáveis no cotidiano da população. Pensa-se em linguagem hipertextual [Lévy, 1984], enfim, vive-se numa sociedade tecnológica,
porém, quando se entra no campo das artes, o que parece é que se quer negar a existência da tecnologia!
Mesmo quando se ouve um CD, ou se digita um poema, a maioria das pessoas pensa nessas atividades,
essencialmente artísticas, por lidarem diretamente com a sensibilidade humana, como atividades fora do espectro artístico.
Questionamos: Estará um professor de arte-educação capacitado para, minimamente, avaliar de forma adequada essa expressão artística e orientar seu aluno se ele mesmo não conhece as possibilidades de expressão na área?
3. CONCLUSÃO
Mesmo depois de estudos sobre o panorama do atual estado das novas tecnologias na América Latina
[CEPAL, 2000] e no Brasil [Lucena, 1992] e de sua necessidade na vida, ainda se faz necessário um fechamento da proposta desse trabalho. Esse é um trabalho de pesquisa aplicada, abrangendo um tema ainda bastante polêmico: a relação do ensino de arte com as NT. Porém, é uma proposta coerente com uma realidade existente: os computadores estão presentes em todos os aspectos da vida moderna e isso inclui, também, os professores de educação artística.
REFERÊNCIAS
BIASOLI, C.L., 1999. A Formação do Professor de Arte - do ensaio...à encenação. Papirus, Campinas-SP, Brasil.
CEPAL, 2000. América Latina e o Caribe na Transição Para a Sociedade do Conhecimento. Reunião Regional de
Tecnologia da Informação para o Desenvolvimento. Florianópolis-SC, Brasil.
CHALLUB, S., 1994. (Org.) Pós-Moderno &: Imago, Rio de Janeiro, Brasil.
KRAUSE, K., 1997. In your face – The best of Interective Interface Design. Rockport Publisher, Massachussetts, USA.
KRISTO, R. and SATRAN, A., 1995. Interactive by Design.Adobe Press, Montain View-C.A., USA.
LEVY, P., 1994. As Tecnologias da Inteligência. Editora 34, São Paulo, Brasil.
LUCENA, M.W.F.P., 1992. Relatório de Avaliação do I Encontro da Informática com a Educação. Relatório Técnico
para IBM Brasil e Faculdade Carioca. Rio de Janeiro, Brasil.
MORAES, M.C., 2002. Tecendo a rede, mas com que paradigma? In: Educação à distância. Fundamentos e práticas.
UNICAMP/NIED, São Paulo, Brasil.
MORAIS, F., 1998. Arte é o que eu e você chamamos de arte. Record, Rio de Janeiro, Brasil.
MORAN, J. M, Et.Al., 2000. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. Papirus, Campinas-SP, Brasil

Texto retirado do site: www.iadis.net/dl/final_uploads/200303P053.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário